terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito

A Polícia Militar iniciou na manhã do dia 22/01, a reintegração de posse na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo.
Ocupado há 8 anos, o terreno de 1,3 milhão de metros quadrados pertence à massa falida da empresa Selecta S/A do megaespeculador Naji Nahas, acusado pela Polícia Federal por operações fraudulentas na bolsa de valores, utilizando suas empresas, inclusive a Selecta, para gerar especulações.
Estima-se que cerca de 9 mil pessoas vivem na comunidade. Uma mega operação que já gastou cerca de R$ 8,4 milhões e contou com cerca de 2 mil soldados do batalhão de choque, helicópteros e carros blindados agiu com muita repressão, violência e truculência. Os moradores resistiram a deixar o local, tentando impedir a entrada dos policiais na ocupação e assim começaram os confrontos. Balas de borracha, bombas de gás-lacrimogênio e de efeito moral,espancamentos e até balas comuns fizeram parte da operação contra homens, mulheres, crianças e idosos. 

Dados oficiais anunciam que, até agora, 63 pessoas foram presas. A polícia acusa todos de serem suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas, roubos e outros, e afirma que a desocupação tem sido pacífica com exceção desses casos, porém os moradores negam essa afirmação.
Não há, até este, momento nenhuma confirmação de mortos ou feridos por parte da polícia e a imprensa anuncia ter informação de 10 feridos. No entanto, segundo informações dos militantes do MST, ao menos 3 pessoas foram assassinadas, entre elas uma criança de 4 anos de idade, que morreu após levar 1 tiro de borracha no pescoço.
“Temos várias testemunhas, mas os hospitais – por ordem expressa da prefeitura e da PM – não confirmam as informações, temendo ampliar a indignação e a resistência”, informa Guilherme Boulos, militante do MST.
Conflito de competências ou luta de classes?
A polícia cumpre uma ordem emitida pela juíza Maria Loureiro, da Justiça Estadual, para reintegração de posse. Entretanto, o Tribunal Regional Federal (
) estabeleceu uma liminar suspendendo a reintegração. Este “conflito de competências” do judiciário foi remetido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas, antes mesmo de seu parecer, a decisão estadual foi acatada, demonstrando mais uma vez que a justiça nessa sociedade tem lado e defende os interesses da burguesia.
Hoje, militantes do MST, entidades e pessoas apoiadoras ocuparam o Ministério da Justiça em Brasília com o objetivo de pressionar o Governo Federal a enviar tropas da Polícia Federal para que a decisão do TRF de São Paulo, que cancela o despejo do Pinheirinho, seja cumprida.
Segundo o MST, “uma oficial de justiça do TRF esteve ontem no despejo para notificar o comandante da PM de SP para parar a operação, mas sem o envolvimento da Polícia Federal isso não ocorrerá”.
“A Polícia Federal tem o dever legal de cumprir a ordem da Justiça Federal, por isso ocupamos o Ministério”, completa o informe do Movimento.

A APES se solidariza com os moradores do Pinheirinho e condena a política fascista do governo de São Paulo, mais uma vez agindo em defesa da burguesia e para isso, pondo em risco a vida de trabalhadores e trabalhadoras.
Reafirmamos a necessidade da luta pela reforma urbana com políticas efetivas de atenção ao enorme déficit habitacional do nosso país, que priva nosso povo do direito humano de morar dignamente, como tarefa urgente dos movimentos populares e a luta pelo socialismo como estratégia única capaz de eliminar definitivamente as desigualdades sociais no Brasil e no mundo!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Desigualdade social volta a números de 1918 na Inglaterra

O agravamento da crise econômica capitalista continua alargando o abismo que separa ricos e pobres, e isso até mesmo em países em que a desigualdade social foi menos acentuada nas últimas décadas.
Mostrando que uma suposta “estabilidade” no capitalismo é sempre ilusória e temporária, pesquisa realizada pelo professor Danny Dorling, da Universidade de Sheffield, mostrou que a desigualdade social na Inglaterra voltou praticamente aos mesmos números que tinha em 1918.

O petróleo é nosso! Povo brasileiro foi às ruas defender a soberania nacional


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O petróleo é o sangue da terra;
É a alma da indústria moderna;
É a eficiência do poder militar;
É a soberania; é a dominação.
Tê-lo é ter o sésamo abridor de todas as portas.
Não tê-lo é ser escravo.
Monteiro Lobato
A necessidade mundial de petróleo como fonte de energia intensifica-se com a primeira guerra mundial, quando o carvão é substituído pelo petróleo nas es-quadras, e com o desenvolvimento da indústria de automóveis.
Em 1917, o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGM), instituído no governo Afonso Pena (1906-1909), criou uma comissão para estudar a existência de carvão e petróleo no vale do Amazonas. A partir de então, o Governo Federal passou a fornecer equipamentos e assistência técnica às empresas privadas que se dispusessem a fazer pesquisas e, vez por outra, a perfurar poços por conta própria. Um critério interessante é que não era permitida a pesquisas por pessoas ou grupos estrangeiros, para que o minério não ficasse nas mãos dos grandes monopólios.
Isto, em nível federal. A Constituição Federal de 1891 estabeleceu o sistema federativo, dando autonomia aos estados. Em 1927, o jornalista Solidônio Leite escreveu uma série de artigos no Jornal do Brasil (JB), denunciando que os governos estaduais haviam assinado acordos, dando o monopólio da pesquisa a grupos estrangeiros.
Dois projetos foram apresentados à Câmara Federal em 1927. Um, do deputado Solimões Lopes, nacionalista, fundamentava que não podia haver “problema que mais afete os magnos interesses da vida brasileira”. Chamava atenção para o fato de que muita riqueza do subsolo e muito potencial hidráulico já haviam sido entregues a estrangeiros e que os Estados Unidos já falavam em controle hemisférico do petróleo.
O outro projeto, de Euzébio de Oliveira, ex-diretor do Serviço Geológico e Mineralógico (SGM) era flexível em relação ao capital estrangeiro, vetando sua ação apenas nas áreas consideradas estratégicas, do ponto de vista militar: 60 KM da costa e das fronteiras nacionais. A discussão na Câmara arrastou-se até que foi interrompida pela “revolução de 30″.
Pondo abaixo a República Velha, da oligarquia rural, o Governo de Getúlio Vargas, representante da burguesia industrial em ascensão e da pequena burguesia urbana, anulou a Constituição de 1891 e centralizou o governo. Em 1931, decretou que era do governo central o direito de autorizar a pesquisa e a lavra de recursos minerais em qualquer parte do território nacional.
Todas as concessões estaduais a pesquisadores estrangeiros para busca de petróleo foram canceladas. Em 1933, Juarez Távora, expoente da “Revolução de 30″, assumiu o Ministério da Agricultura e criou Diretoria Nacional de Produção Mineral – DNPM, bem como o Serviço de Fomento de Produção Mineral. O SFPM atraiu os mais brilhantes geólogos brasileiros da época e a eles se juntou o especialista estadunidense Mark Malamphy.
Monteiro Lobato, precursor da luta pelo petróleo

No setor privado, surgiu a Companhia de Petróleo Nacional, em abril de 1932, tendo como um dos sócios o famoso escritor Bento Monteiro Lobato.
Em pouco tempo, os técnicos da companhia anunciaram a existência de petróleo no litoral de Alagoas. O Diretor do SGM, Euzébio de Oliveira, declarou publicamente que era mentira e pôs em dúvida a idoneidade dos métodos utilizados, dos técnicos e dos próprios diretores da Companhia. O efeito de suas declarações foi devastador para a Companhia, que não vendeu mais nenhuma ação.
Monteiro Lobato escreveu ao Presidente Vargas, denunciando Oliveira e o SGM como sabotadores e passou a escrever artigos nos jornais, acusando a DNPM de ser agente da conspiração organizada por trustes de petróleos estrangeiros e que, inclusive, tinha enviado para a área um estrangeiro (Victor Oppenheim), “vindo diretamente do truste que tem o programa de conservar o Brasil em estado de servidão em matéria de petróleo”.
Lobato teve grande influência na opinião pública nacional, que se convenceu de suas denúncias. É tanto que, ao estabelecer o regime ditatorial em 1937, Estado Novo, Vargas determinou, via Constituição outorgada, que somente brasileiros poderiam possuir ações de companhias petrolíferas e mineradoras. Nenhum capital estrangeiro poderia participar, nem tampouco o capital nacional pertencente a estrangeiro que residisse no Brasil. Adotou, ainda, medidas que estimulavam o processamento de óleo cru no Brasil, tornando a atividade mais vantajosa do que a importação de produtos refinados e editou três decretos:
1.declarando todos os campos petrolíferos a serem descobertos no território nacional, como propriedade do Governo Federal;
2.declarando o suprimento de petróleo nacional como atividade de utilidade pública, e estatizando a indústria de refinação;
3. criando o Conselho Nacional do Petróleo (CNP) para regulamentar e controlar toda a atividade petrolífera, da extração ao refino e comercialização dos produtos derivados.
O governo, de fato, investiu na pesquisa e em 21/01/1939 jorrava o petróleo em Lobato , Recôncavo baiano.
Monteiro Lobato foi vitorioso porque sua tese foi comprovada e o capital estrangeiro alijado da pesquisa petrolífera, apesar de ter sido também impedido de desenvolver o empreendimento econômico que pretendia. Seu nome jamais será esquecido pelo povo brasileiro.

Ofensiva dos monopólios X Campanha Popular


Três novos poços foram descobertos em 1941, todos no Recôncavo baiano. As companhias estrangeiras que diziam não existir petróleo no Brasil, encaminharam propostas de parceria, rechaçadas pelo Governo. A Standard Oil continuou insistindo, mas sem êxito. O General Horta Barbosa, Presidente do CNP, afirmou que tinha o conhecimento de uma recomendação do órgão federal de recursos minerais dos Estados Unidos às companhias petrolíferas, que dizia: “É de suma importância que as nossas companhias adquiram esses campos e os desenvolvam intensamente, não só como fonte de suprimento futuro, mas de suprimento controlado por cidadãos nossos”.
Com a queda do Estado Novo, a Constituição de 1946 abriu mão do monopólio estatal e abriu para o capital estrangeiro, estabelecendo que a atividade ficasse a cargo de brasileiros ou de companhias organizadas no país, sem nenhuma restrição a que estrangeiros organizassem essas companhias.
Em 1947, o governo Dutra propôs à Câmara dos deputados a elaboração de lei permitindo a participação do capital estrangeiro nas empresas de refinação, com até 40% das ações.
Ante essa ofensiva dos monopólios, o General Horta Barbosa lançou uma campanha nacional com o tema “O petróleo pertence à nação, que há de dividi-lo igualmente por todos os seus filhos”. Alertava que “os trustes não deveriam tomar parte em nenhuma fase da indústria petrolífera, pois se dispusessem de um ponto de apoio, irresistivelmente viriam a dominar toda a operação”.
As pressões dos monopólios e dos seus aliados e sócios internos era grande, mas os entreguistas foram derrotados e já no final do governo Dutra, o estatuto liberal do petróleo estava morto.

Petrobras, um fruto da mobilização das massas


Foi assim que Getúlio Vargas, identificado com a construção de um modelo econômico relativamente autônomo em relação ao capital externo, ganhou as eleições presidenciais em 1950. Seu discurso de campanha era claro: “…O que é im-prescindível à defesa nacional. O que constitui alicerce de nossa soberania não pode ser entregue a interesses estrangeiros; deve ser explorado por brasileiros e, se possível, com alta percentagem de participação do Estado, evitando-se, desse modo, a penetração sub-reptícia de monopólios ameaçadores”.
Quando Vargas assumiu, o setor militar nacionalista, de quem ele esperava apoio incondicional, estava enfraquecido. Temeroso, ele apresentou um projeto de criação da Petrobras, numa perspectiva nacionalista e de controle do Estado, mas na forma de sociedade anônima, abrindo para a participação do capital estrangeiro, embora controladamente, e deixando livre a distribuição.
Euzébio Rocha (PTB), representando os nacionalistas, apresentou substitutivo (depois ele disse que Vargas apoiara sua iniciativa), impedindo a participação do capital estrangeiro em qualquer fase da indústria petrolífera, exceto na distribuição.
Os debates foram acalorados, tanto dentro como fora do Parlamento e a adesão popular à tese de O Petróleo é Nosso, tão grande, a ponto de a UDN, tradicional defensora do liberalismo econômico, ter mudado para a defesa do monopólio estatal do petróleo, sem nenhuma participação do capital privado.
Nos Estados, entretanto, a po-lícia perseguia os mentores da campanha O Petróleo é nosso, mas foi cada vez mais crescente o apoio da população ao monopólio estatal do petróleo, envolvendo desde sindicatos até a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Em setembro de 1952, a Câmara votou a lei, excluindo o capital estrangeiro da Petrobras, mas deixando abertura para a participação do capital privado no refino e na distribuição. O projeto chegou ao Senado no dia 30 de outubro de 1952, com a maioria dos senadores favoráveis ao capital externo.
O resultado da apreciação do Senado preocupou. O projeto foi devolvido à Câmara com 321 emendas, todas liberalizantes e favoráveis à participação do capital privado, tanto nacional como estrangeiro.
Mas a Câmara Federal ouviu as vozes do povo brasileiro e até forças políticas contrárias ao monopólio estatal se calaram ante o clamor e vontade das massas, mobilizadas em todo o país, sob o lema imorredouro O Petróleo é Nosso.
No dia 3 de outubro de 1953, o presidente Getúlio Vargas assinava a Lei 2004, que criou a Petróleo Brasileiro S.A – PETROBRAS, garantindo o monopólio estatal desse minério estratégico para o desenvolvimento econômico. Como disse o presidente dos EUA, Woodrow Wilson, “A nação que possui petróleo em seu subsolo e o entrega a outro país para explorar, não zela pelo seu futuro”.

Luiz Alves
Fonte: Petróleo e Política no Brasil Moderno, Peter Seaborn Smith, Editora Artenova, Rio, 1978

(Publicado em A verdade número 49)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Reintegração de posse no Pinheirinho: lei para quem?

A Polícia Militar iniciou na manhã de ontem, 22/01, a reintegração de posse na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo.
Ocupado há 8 anos, o terreno de 1,3 milhão de metros quadrados pertence à massa falida da empresa Selecta S/A do dito empresário, na verdade megaespeculador, Naji Nahas, acusado pela Polícia Federal por operações fraudulentas na bolsa de valores, utilizando suas empresas, inclusive a Selecta, para gerar especulações.
Estima-se que cerca de 9 mil pessoas vivem na comunidade.
Uma mega operação com cerca de 2 mil soldados do batalhão de choque, helicópteros e carros blindados agiu desde às 6h da manhã de ontem com muita repressão e truculência. Os moradores resistiram a deixar o local, tentando impedir a entrada dos policiais na ocupação e assim começaram os confrontos. Balas de borracha, bombas de gás-lacrimogênio e de efeito moral, muita cacetada e até balas comuns fizeram parte da operação contra homens, mulheres, crianças e idosos.
Dados oficiais anunciam que, até agora, 31 pessoas foram presas. A polícia acusa todos de serem suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas, roubos e outros, e afirma que a desocupação tem sido pacífica com exceção desses casos, porém os moradores negam essa afirmação.
Não há até este momento nenhuma confirmação de mortos ou feridos por parte da polícia e a imprensa anuncia ter informação de 10 feridos. No entanto, segundo informações dos militantes do MTST, ao menos 3 pessoas foram assassinadas, entre elas uma criança de 4 anos de idade, que chegou morta ontem as 18hs ao PS Vila Industrial após levar 1 tiro de borracha no pescoço.
“Temos várias testemunhas, mas os hospitais – por ordem expressa da prefeitura e da PM – não confirmam as informações, temendo ampliar a indignação e a resistência”, informa Guilherme Boulos, militante do MTST, em informe por e-mail.
Conflito de competências ou luta de classes?
A polícia cumpre uma ordem emitida pela juíza Maria Loureiro, da Justiça Estadual, para reintegração de posse. Entretanto, o Tribunal Regional Federal (TRF) estabeleceu uma liminar suspendendo a reintegração. Este “conflito de competências” do judiciário foi remetido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas, antes mesmo de seu parecer, a decisão estadual foi acatada, demonstrando mais uma vez que a justiça nessa sociedade tem lado e defende os interesses da burguesia.
Hoje, militantes do MTST, entidades e pessoas apoiadoras ocuparam o Ministério da Justiça em Brasília com o objetivo de pressionar o Governo Federal a enviar tropas da Polícia Federal para que a decisão do TRF de São Paulo que cancela o despejo do Pinheirinho seja cumprida.
Segundo o MTST, “uma oficial de justiça do TRF esteve ontem no despejo para notificar o comandante da PM de SP para parar a operação, mas sem o envolvimento da Polícia Federal isso não ocorrerá”.
“A Polícia Federal tem o dever legal de cumprir a ordem da Justiça Federal, por isso ocupamos o Ministério”, completa o informe do Movimento.
Solidariedade
O Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB – se solidariza com os moradores do Pinheirinho e condena a política truculenta do governo de São Paulo, mais uma vez agindo em defesa da classe que representa, a burguesia, e, para isso, pondo em risco a vida de trabalhadores e trabalhadoras.
Reafirmamos a necessidade da luta pela reforma urbana com políticas efetivas de atenção ao enorme déficit habitacional do nosso país, que priva nosso povo do direito humano de morar dignamente, como tarefa urgente dos movimentos populares e a luta pelo socialismo como estratégia única capaz de eliminar definitivamente as desigualdades sociais no Brasil e no mundo.
Vivian Mendes, MLB

TOMAR AS RUAS PARA CONSTRUIR UMA UBES COMBATIVA E AVANÇAR A LUTA PELO SOCIALISMO

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realizou em dezembro passado o seu 39° Congresso na cidade de São Paulo, mas por conta da postura de conciliação e entreguismo de sua diretoria majoritária a entidade saiu desse congresso ainda mais diminuída de sua representatividade e força na base do movimento devido a continuidade das fraudes e de acordos celebrados a revelia dos estudantes.

Durante a última gestão a prioridade apontada pela diretoria majoritária, dirigida pela UJS/PCdoB, foi de aumentar a "institucionalização" da entidade, celebrando mais acordos com o governo e nos gabinetes e se afastando ainda mais dos estudantes e suas lutas. É por conta dessa postura que a UBES se alia ao choque de ordem proposto pelo governo do Rio de Janeiro(RJ), votou a favor do aumento das passagens em Recife(PE), e enquanto o movimento social promove diversas lutas contra a prefeitura de Natal(RN) a diretoria majoritária, sem aprovar em nenhuma instância da entidade, celebrou acordo com a prefeita Micarla (PV) sobre as carteiras de estudante para se ausentar da luta conta o aumento de passagens.
Mesmo bandeiras históricas da entidade, como a defesa do ensino público e ao fortalecimento do ensino técnico foram abandonadas. Por conta do PRONATEC, projeto do governo federal que visa fortalecer o sistema S, destinando ainda mais recursos públicos, e que tem a contrariedade das entidades nacionais dos servidores (SINASEFE) e dos estudantes de escolas técnicas (FENET), a UBES vira às costas aos estudantes e nega-se a lutar contra essa medida do governo federal.
A UBES e a conjuntura nacional
Dessa forma, mesmo vivendo um momento extremamente importante no país, em que para agradar os interesses dos grandes banqueiros e especuladores o governo cortou R$ 50 bilhões do orçamento e mantém o pagamento da famigerada dívida pública que consome praticamente 50% de tudo que é arrecadado pelo governo, a UBES é incapaz de convocar uma jornada nacional ou grande luta por mais verbas para a educação.
Na prática a única defesa da entidade é de garantir uma reserva do "fundo social do pré-sal" tentando esconder da juventude brasileira o grande crime que está sendo cometido contra nossas riquezas naturais com a privatização do petróleo brasileiro através da Agência Nacional do Petróleo.
Enquanto tramita no Congresso Nacional o projeto de reforma florestal, construindo conjuntamente entre o Dep. Aldo Rebelo (PCdoB) e a Sen. Kátia Abreu (DEM) que visa diminuir as áreas de preservação e ainda anistia os que devastaram o meio-ambiente, a UBES prefere silenciar sobre o tema, não tendo aprovado nenhuma posição sobre o tema e se negado a debater em seu fórum máximo, o congresso da entidade.

Mesmo nas discussões do novo PNE, quando da Conferência Nacional da Educação, os diretores ligados a diretoria majoritária defenderem a proposta de 7% do PIB para a educação, cabendo apenas a oposição a defesa dos 10%. Para eles, "com calma tudo se ajeita" e renegam o papel da luta e da mobilização para transformação da realidade. Ainda bem que a juventude da Tunísia, Egito, Londres, Nova Iorque e do Chile escolheram outro caminho, e com muita rebeldia construíram grandes mobilizações e levantes durante todo o ano de 2011.
Quanto vale R$ 1 milhão?
Buscando dar uma nova cara a essa entidade, estudantes de todo o país se mobilizaram para o congresso da UBES, e ao chegar a São Paulo se deparam com uma cena que envergonha história de luta da entidade.
Recém-aliado do PCdoB, o prefeito de Gilberto Kassab (PSD, ex-DEM/PFL) foi o convidado de honra da diretoria majoritária. O mesmo que reprimiu violentamente as manifestações contra o aumento de passagens na capital paulista foi entusiasticamente defendido pelo presidente da UBES, sob protestos da oposição.
"Sem o prefeito Kassab esse Congresso não teria acontecido", falou o presidente. Na verdade se dependesse dele e de seu ex-partido o DEM-PFL a UBES nem existiria, pois são os representantes do antigo ARENA, partido dos militares na época da ditadura que proibiu o funcionamento da UBES e da UNE e chegou a incendiar a sede das entidades. Acontece que, segundo dados amplamente divulgados pela imprensa, a prefeitura de São Paulo liberou R$ 1 milhão para a realização do congresso.
Mas quanto vale R$ 1 milhão? Será que a independência política e moral da entidade que lutou contra a ditadura permite receber com tapete vermelho Kassab? Para a diretoria majoritária sim, e por isso é que a cada dia diminui a entidade aos seus interesses particulares e se distancia dos estudantes.
O Congresso "tremeu" com a oposição
As tentativas de golpe contra a democracia do congresso não pararam por aí. Em diversas etapas, delegados foram credenciados indevidamente com a apresentação de documentos fora do prazo estabelecido em regimento, com a implosão da etapa de Pernambuco, maior em número de estudantes e notadamente vencida pela oposição, etapa paralela na Piauí, e 16 remarcações de data e local das etapas estaduais durante todo o congresso.
Durante o congresso o desrespeito aos estudantes só aumentou. Mesmo tendo recebido R$ 1 milhão e cobrando um credenciamento de R$ 50,00 de cada estudante, os ônibus para o alojamento da oposição se atrasaram por horas, e até mesmo a alimentação faltou para centenas de estudantes.
Nada disso, porém, conteve o ânimo e o ímpeto dos estudantes. Organizados pela tese REBELE-SE e pela União da Juventude Rebelião, em todos os grupos de debate e na plenária final do congresso ficou claro de que lado estava o movimento estudantil, de como a base do movimento tem se posicionado diante desses ataques aos direitos dos estudantes, e que mais do que uma bancada no congresso estava ali presente aqueles que darão a virada no movimento estudantil brasileiro pondo fim a conciliação e recolocando a luta no centro do movimento.
Relembrando a história de luta do movimento estudantil, seus mártires e apontando os ataques que a juventude sofre em seu dia-a-dia, sendo privado a educação, com a crescente violência e a proliferação das drogas, os militantes da UJR e da tese REBELE-SE não vacilaram a apontar qual caminho deve seguir a UBES e a juventude brasileira, a de lutar contra a exploração do capitalismo e construir o socialismo como alternativa para o Brasil e para o mundo.
"Enquanto cresce em todo o mundo a luta da juventude, não podemos ficar parados e é preciso que a UBES assuma esse papel de combate por uma revolução e pelo socialismo" falou ao plenário Gladson Reis, presidente da AMES-BH e candidato da UJR a presidência da UBES.
No ano de 2012 os desafios aumentam e é fundamental que cada estudante assuma seu papel na luta em defesa da educação e do socialismo como alternativa para o nosso país. Os diretores eleitos pela oposição na UBES com certeza cumprirão com determinação e abnegação essa tarefa para que possamos, de fato, transformar as bases do movimento estudantil e ter uma entidade nacional que represente os estudantes e a luta do povo.
Conheça os diretores eleitos pela oposição:
Gladson Reis - 1° Vice-Presidente
Carlos Henrique - Dir. Relações Internacionais
Vinicius Pato - Vice-SP
Athamir Marcos - Vice-PB
Stephanye Vilela - Dir. Grêmios
Rubem - Dir. Escolas Públicas
Ana Carolina - 1° Dir. Escolas Técnicas
Eslane Paixão - 1° Dir. Mulheres

Situação Em Teresina É Fruto Da Indignação Popular

http://averdade.org.br/novo/wp-content/uploads/2012/01/ames_teresnia-250x187.jpgDesde o ano passado os estudantes de Teresina lutam contra o aumento da tarifa do transporte público e das péssimas condições do serviço prestado a população. Em agosto de 2011 a AMES – Teresina esteve à frente de várias manifestações, com estudantes das principais escolas do estado, contra o abusivo aumento de R$1,90 para R$2,10.
Acontece que no período de férias escolares de julho o valor da passagem foi reajustado para R$2,10, valendo-se desse período para inviabilizar as manifestações dos estudantes. Surpreendendo os empresários e o prefeito Helmano Ferrer, mais de cinco mil estudantes foram as ruas durante uma semana, puxando palavras de ordem como ‘Helmano, eu não aguento, a R$2,10 eu vou andar é de jumento’ e ‘Estudo, trabalho, dou duro o dia inteiro, Helmano anda de carro e ainda rouba o meu dinheiro’, mostrando sua indignação. Vários ônibus foram queimados e o centro comercial da cidade foi completamente paralisado. Sem saída os empresários se viram obrigados a cancelar o reajuste.

Os teresinenses há mais de oito anos pagam por uma integração fantasma e contam com o serviço de uma frota de coletivos sucateada, com ônibus antigos e sem nenhum tipo de acessibilidade para idosos, deficientes visuais e cadeirantes. São poucas linhas e em algumas só possuem dois ônibus, submetendo a população a intermináveis horas de espera.
Para garantir os lucros dos empresários o prefeito anunciou em dezembro um novo aumento, iniciado no dia 1° de janeiro de 2012. Em contrapartida os estudantes também não ficaram parados, e deram continuidade ao movimento contra o aumento, que dessa vez tem sido duramente reprimido desde o primeiro dia de manifestação.
O estopim da repressão aconteceu na segunda-feira (9 de janeiro), quando cerca de 50 estudantes ocuparam pacificamente uma via da Av. Frei Serafim, principal da cidade, e foram surpreendidos com a chegada de mais de 300 policiais militares, RONE, cavalaria, seguranças particulares e mais de 100 policiais do batalhão de choque. Uma cena que nunca imaginaríamos ver na nossa tão amada cidade. O resultado foi estudantes presos, muitos feridos e um em estado grave.
Enquanto vivermos nesse sistema opressor a necessidade do povo nunca será prioridade. Vamos à luta contra os aumentos, contra a repressão e a violação dos direitos humanos.
Rayça Andrade,
militante da UJR e diretora da AMES-Teresina

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Nota da APES- PB em Solidariedade aos Estudantes de Teresina-PI

A Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas (APES-PB) vem por meio desta nota prestar solidariedade a todos os estudantes de Teresina-PI que lutam contra o aumento das passagens de ônibus e que estão sendo duramente reprimido pela policia militar do estado do Piaui, nós estudantes sabemos qual a importância da luta contra o aumento, pois nós sabemos que os empresários dos ônibus só presam o seu lucro e que não estão interessados em melhorar sua frota e presar o confortos dos estudantes e trabalhadores que estão utilizando do transporte. Quando nós estudantes vamos as ruas defender nossos direitos somos todos reprimidos e não é diferente no estado do Piauí onde 10 foram presos e outros 4 foram feridos e 1 em estado grave. A população de Teresina reclama por mal policiamento nas ruas da cidade, mas quando os estudantes se manifestaram contra o aumento das passagens na ultima segunda-feira (9)  300 policiais militares, mais de 100 policiais do batalhão de CHOQUE e seguranças particulares são destinados a reprimir os estudantes. Nós da APES-PB repudiamos todos os tipos de repressão e a criminalização dos estudantes no Piauí.







Avante Jovem! Rebelião! Rebelião!

Direção da Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Diga NÃO ao Aumento das Passagens!

Hoje segunda-feira (9) estudantes universitários e secundaristas fizeram a 2º manifestação contra o aumento das passagens em João Pessoa, tendo em vista que a passagem subiu de R$ 2,10 para R$ 2,20 nesta segunda-feira, estudantes indignados com esse aumento abusivo que só afeta aos trabalhadores que gastam mais de 50%  do seu salário em transporte foram as ruas para reivindicar uma audiência com o Prefeito de João Pessoa Luciano Agra (PSB), os estudantes afirmam " Se a Passagem Não Baixar a Cidade vai Parar " e assim os estudantes terminam o ato desta segunda-feira prometendo voltar as ruas de João Pessoa.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Educação pública vai mal e professores vão à luta!


A situação que atravessa a educação brasileira não é novidade para ninguém. Violência física e verbal contra professores, funcionários das escolas e estudantes; baixos salários, jornadas extensas de trabalho; superlotação de salas de aula; falta de material pedagógico; autoritarismo de algumas direções; inexistência de planos de carreira e de concursos públicos; grades e mais grades, que fazem das escolas não espaços agradáveis e que favoreçam a aprendizagem, mas espaços que mais se parecem com prisões. Estes são alguns dos problemas que enfrenta a escola pública atualmente.

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