domingo, 2 de setembro de 2012

Avançar na luta pelo livre acesso do povo ao ensino superior



É grave a situação do acesso ao ensino superior em nosso país. A falta de vagas impõe que apenas 14% dos jovens entre 18 e 24 anos tenha acesso a um curso superior, menor índice de toda América do Sul. Para completar, cerca de 76% das matrículas acontece nas instituições de ensino privado, que cobra altas mensalidades e oferece, em geral, uma educação de baixa qualidade, desvinculando ensino, pesquisa e extensão.

FENET participa de grande manifestação na Paraíba

No dia 24 de agosto de 2012 aconteceu nas ruas de João Pessoa-PB um ato em apoio a greve dos professores das universidades e institutos federais.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vitória da luta: comissão da Câmara aprova 10% do PIB para Educação


No dia 26 de junho de 2012, a Câmara dos Deputados aprovou o texto do Plano Nacional de Educação (PNE), encaminhado por seu relator, o deputado federal Ângelo Vanhoni (PT-PR). A discussão na sala da Comissão de Educação foi acalorada, com a presença de mais de 300 estudantes, pois se percebia a tentativa do Governo Federal em atrasar a votação nos bastidores ou mesmo de derrotar o movimento educacional, que defendia a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no orçamento da Educação pública.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Onde está Honestino? Será que essa tortura nunca vai acabar?


Em maio, a presidenta Dilma sancionou a Comissão da Verdade. Essa comissão composta por sete pessoas e válida por dois anos, tem a função de esclarecer casos de violação aos direitos humanos no Brasil de 1946 até 1988. Apesar de suas debilidades, como o curto prazo e diminuto tamanho da comissão, esta é sem dúvida uma vitória das famílias dos desaparecidos políticos, ex-presos políticos e todos os que lutam pelos direitos humanos no Brasil.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

RESOLUÇÕES DO ENET 2012


RESOLUÇÕES DO ENET 2012

O mundo atravessa uma de suas maiores crises econômicas, desde 2008 diversas economias têm entrado em colapso, com taxas de crescimento negativa, aumento do desemprego, ataques aos direitos dos trabalhadores, e outras consequências desastrosas para os trabalhadores e para o mundo. O capitalismo tem demonstrado sua completa incapacidade de superar essa crise e tem tentado a todo custo fazer com que o ônus dessa crise seja do povo e não dos que geraram a crise, os ricos.
O povo não tem aceitado calado. Greves gerais, manifestações, derrubadas de governos ditatoriais, nacionalização de riquezas que tinham sido privatizadas, eleições de presidentes progressistas e tantas outras formas de indignação tem ocorrido em todo mundo e também no Brasil.
Nesse cenário, no dia 23 de abril de 2011, foi fundada, no ENET no Rio de Janeiro, a Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico, a FENET. Após 1 ano de existência, a FENET vem se fortalecendo, alcançando mais estados, mais escolas, mais municípios, realizando mais lutas, debates e eventos.
Tivemos algumas dificuldades ao longo desse ano para organizar a entidade, fazer suas reuniões, visitar os estados, lançar mais materiais nacionais, mas, também conseguimos diversas vitórias. Organizamos uma jornada nacional de lutas após um mês de existência, pressionamos o Ministro de Educação para atender a uma pauta de reivindicação dos estudantes, fundamos a Federação Paraense dos Estudantes de Ensino Técnico, participamos ativamente da greve dos servidores de 2011, a participação ainda da fundação do Instituto de Pesquisa em educação (IPE) o primeiro de todo país e estamos realizando um vitorioso ENET 2012.
No encontro passado, tínhamos estudantes de 8 estados no encontro somando cerca de 400 estudantes e não tínhamos a região sul e centro-oeste participando. Nesse ano, somos 900 estudantes de 16 estados e de todas as regiões do país, ou seja, em 1 ano de gestão conseguimos ampliar, e muito, o nível de participação dos estudantes e de consolidação da FENET.
Fruto dos grupos de debates e painéis realizados nesse encontro, o ENET aprova as seguintes resoluções e propostas:
TODO APOIO AOS PROFESSORES
Na tentativa de evitar os impactos da crise econômico no país, todo ano o governo tem realizado cortes de gastos nas áreas sociais e no funcionalismo público. Corte de verbas e congelamento de salários tem marcado a política do governo desde 2008. Enquanto se investe mais de 40% do orçamento da União para pagamento da dívida pública não se chega nem a 5% do PIB (Produto Interno Bruto) para educação.
Apesar do pouco investimento foram criados centenas de novos Institutos Federais em nosso país nos últimos 4 anos. Milhares de novos alunos atendidos por esses novos IFs se depararam muitas vezes com campus sem estrutura necessária e com professores sem reajuste salarial e descontentes com a sua atual situação de trabalho.
Por isso, a cada dia cresce a luta contra essa política do governo que garante dinheiro para banqueiros, mas que corta verba da educação e que não atende as reivindicações dos técnicos administrativos e docentes da rede federal de ensino. Em 2011, o SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), que representa os docentes e técnicos administrativos dos IFs, fez uma greve que durou mais de 40 dias.
Em 2012 mais greves são deflagradas em todo o país. Mais de 50 Universidades estão em greve desde maio e um fórum que reúne mais de 30 entidades do serviço público federal discute a unificação dessa greve. Nesse sentido, o SINASEFE aprovou no ultimo dia 06 indicativo de greve nacional a partir do dia 13 de junho.
Nesse momento a FENET deve se posicionar ao lado dos professores e funcionários da rede federal de educação. Para alcançarmos mais verbas para educação e garantirmos que essa expansão dos IFs tenha qualidade, devemos lutar lado a lado com os professores e técnicos apoiando e fortalecendo a greve desde seu inicio. Desse modo faremos com que a greve não seja um período de férias e seja sim vitoriosa e um momento de luta!
DINHEIRO PÚBLICO PARA EDUCAÇÃO PÚBLICA!
A FENET defende um projeto de educação soberana, com fortalecimento da democracia e valorização do ensino, e entende que para esse processo ser consolidado, se faz  necessário fundamentalmente: garantir a educação pública e de qualidade, propiciando o avanço da ciência e tecnologia; universalização da educação pública; formação de profissionais capacitados; desenvolvimento e regulamentação  da educação profissional e tecnológica; garantir o piso salarial para os técnicos e garantir a politecnia dentro de todas as unidades de ensino. 
Porém, a realidade da educação em nosso país é de precariedade. De acordo com os dados do Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos - ILASE -, temos 14 milhões de analfabetos, 30 milhões de analfabetos funcionais e aproximadamente 2 milhões de jovens entre 6 e 14 anos não estudam. No ensino secundário, ficam fora da escola 5 milhões de jovens e no ensino superior apenas, 13% dos estudantes aptos conseguem se matricular. Em 2009, o IBGE apresentou uma pesquisa onde o Brasil deixava, naquele momento, 41,5 milhões de jovens entre 0 e 24 anos fora da escola ou da universidade. Segundo o mesmo estudo, de todos os brasileiros maiores de 18 anos (135 milhões), 101 milhões não tinham acesso a educação básica. De acordo com a CNTE, em 2010, a cada cinco professores que são admitidos, um é em caráter temporário; ainda sobre os profissionais de educação, sua média salarial gira em torno de 2 salários mínimos.
Partindo desse pressuposto, para que se possa tirar a população do analfabetismo, é necessário investir em uma educação pública de qualidade. É seguindo esse norte que promovemos diversas discussões, debates e seminários sobre o Programa Nacional de Acesso ao Ensino técnico e Emprego - PRONATEC - (Lei Ordinária 12513/2011) e concluímos que este, por incluir as piores diretrizes a nível da educação profissional e tecnológica, torna-se um ataque gravíssimo à educação pública.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego é um programa elaborado pelo governo em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sua criação se deu com os setores mais reacionários da sociedade que não defendem a educação pública e nem a soberania nacional. Após sua formatação, foi enviado ao Congresso Nacional e tramitou em regime de urgência, fazendo com que existisse pouco debate sobre seu funcionamento. O PRONATEC se coloca ainda mais privatizante que o PROUNI, com envio direto de dinheiro para o setor privado, não somente via isenção de impostos. Através do BNDES, o governo pretende fortalecer através de financiamentos o Sistema S (SENAI, SESC, SESI, SENAC) que é dirigido pela própria CNI. PRONATEC não prioriza a educação profissional integrada ao ensino médio e sinaliza jorrar mais recursos públicos para o Sistema S, serão aproximadamente R$ 24 bilhões até 2014 investidos no PRONATEC. 
Por tudo isso, a  FENET é contrária ao PRONATEC, reafirmando  ser favorável a uma educação profissional e tecnológica de qualidade, garantindo a soberania nacional através da educação pública, com uma formação ampla e não apenas voltada ao trabalho. Lutaremos contra o PRONATEC e exigiremos dinheiro público para a educação pública!

Em Defesa da Memória,Verdade e da Justiça!
Pela Instalação da Comissão da Verdade!

Todo povo tem direito a conhecer sua história para, avaliando o passado, entender o futuro. Uma importante página da história do Brasil continua sendo escondida de nosso povo. Trata-se do período da ditadura militar, em que milhares de brasileiros foram barbaramente presos e torturados por lutar por um país livre e socialista. Nos porões da ditadura centenas foram assassinados.
            Os criminosos continuam até hoje impunes, sob o falso argumento da Lei da Anistia.         O Brasil é um dos poucos países da América Latina que não julgaram e condenaram aqueles que atentaram contra a democracia e a vida de milhares de revolucionários, e já é hora do Brasil fazer justiça contra esses assassinos. O Brasil sequer os arquivos da repressão foram abertos.
A presidente Dilma Roussef sancionou no dia 17 de novembro a lei que cria a Comissão Nacional da Verdade.  O Exercito divulgou nota com posicionamento contrário à criação da comissão, argumentando que o Brasil “superou muito bem essa etapa da sua história”. Declaração so demonstra que as classes dominantes resistem a instalação da comissão, cuja a missão é apurar os crimes cometidos.
            A FENET que representa todos estudantes de ensino técnico do país e teve vários destes torturados e assassinados, entre eles José Montenegro de Lima, cujos restos mortais não foram encontrados.
            A Federação Nacional dos Estudantes de Escolas Técnicas - FENET lança a Campanha pelo restabelecimento da Memória, Verdade e Justiça do seu Patrono, José Montenegro, encampando a luta para reencontrar os restos mortais e punição aos torturados e assassinos e encaminhar a Comissão Nacional da Verdade empenho em apurar os fatos.
Pelo direito a Memória, Verdade e Justiça!
José Montenegro de Lima Presente!
Agora e Sempre!

Degradação ambiental e o Rio +20
Entre os dias 13 a 22 de junho ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro a Cúpula da Organização das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável. Rio+20 como é chamada. Há 20 anos foi realizado está cúpula e de lá para cá, nada de significativo foi modificado. Deixando claro o papel de encenação política da burguesia internacional em escamotear a verdadeira causa dos problemas ambientais.
            Onde boa parte das vezes colocando como principal problema o indivíduo. Criando uma falsa idéia que a solução passaria por plantar uma arvore e apagar a luz do quarto e com isso resolveria a catástrofe ambiental em que vivemos. Mas nada se fala de que no Brasil 60% do Consumo da energia vêm da indústria e comércio, sobrando apenas 23% de gastos residenciais. Se não bastasse, 80% da produção desses gases que causam o efeito estufa, são dos sete principais países capitalistas do mundo. Provando que o problema está na decisão do setor produtivo e de serviço e não nas famílias e suas residência.
            Para piorar foi aprovado na Câmara de Deputados do Novo Código Florestal de autoria do Deputado Federal do PC do B Aldo Rebelo, na qual estão uma serie de atrocidades como flexibilização do desmatamento das áreas próximas as encostas, anistia aos crimes ecológicos cometidos. Sem dúvida os beneficiados desse Código Florestal serão os latifundiário.  A mobilização social ganhou grande proporção e a presidente Dilma Roussef vetou 12 aspectos do Novo Código.
            A FENET em conjunto com outros movimentos sociais tem o papel de desenvolver o debate sobre a situação atual do meio ambiente e crescer a mobilização social para freiar esta ganância da burguesia em destruía a natureza, colocando em risco a própria sobrevivência do ser humano a custa de altos lucros.

FENET ORGANIZA O MAIOR ENCONTRO DE ESTUDANTES DE ESCOLAS TÉCNICAS DA HISTÓRIA!


Isso é que é FEDERAÇÃO!

Entre o dia 7 e 9 de junho, mais de 900 estudantes de todas as regiões do país, reunidos no Instituto Federal do Sertão Pernambucano, construíram o maior Encontro Nacional dos Estudantes de Escolas Técnicas da história do Brasil! O encontro realizado pela Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico pautou toda a necessidade de por a juventude em luta pelos seus direitos e pelo fim do capitalismo; a importância da luta das mulheres pelo ensino técnico e um país mais justo; em defesa da soberania nacional; pelos 10% do PIB para educação pública e fim do pagamento da dívida pública; necessidade da expansão com qualidade; a luta dos servidores; politecnia, assistência estudantil; e a necessidade imediata da abertura dos arquivos da ditadura e punição aos torturadores.
Os mais de 50 grêmios que participaram do ENET, se reuniam todos os dias pela manhã, faziam avaliações  e discussões sobre o dia anterior, fazendo com que erros não fossem cometidos duas vezes. Todas as noites atrações como forró, bandas de rock e samba agitavam o encontro. Sempre  impulsionados por muita palavra de ordem  e intervenções a favor da educação pública, gratuita e de qualidade, os jovens que participaram do ENET 2012 decidiram pelo:  Todo apoio a greve dos servidores;  Em defesa da educação pública, o PRONATEC é programa de empresário!; José Montenegro VIVE! Pela abertura dos arquivos da ditadura e punição imediata aos torturadores! 
Também foi discutido a necessidade da ampliação da diretoria da FENET que passou de 11 diretores para 33. Com 7 diretores na executiva, 8 em assuntos temáticos e 18 diretores regionais.


Participação da delegação Paraibana

A delegação paraibana participou ativamente do ENET, cerca de 50 estudantes representaram a Paraíba no encontro vindo do IFPB Campus Monteiro,João Pessoa e Cabedelo e da Escola Técnica Estadual Prefeito Osvaldo Pessoa.
Tendo em vista que no ultimo ENET que aconteceu no ano passado no Rio de Janeiro, a Paraíba não participou do encontro pois a delegação foi boicotada pelo Reitor do IFPB, mas este ano foi diferente! com varias tentativas de boicote da reitoria do IFPB a Paraíba conseguiu mandar sua delegação a este importante encontro, o exemplo desta luta  foi que a Paraíba conseguiu uma vaga na diretoria da FENET  (Federação Nacional dos Estudantes de Escolas Técnicas) que foi o nosso camarada Gilberto Gomes que é diretor de Escolas Técnicas da APES-PB hoje diretor de Cicencias e Tecnologias da FENET!, com isso a delegação Paraibana voltou com mais Luta e Garra e com promessas de fundar grêmios em todos os campus do IFPB junto com a FENET. Avante Jovem! Vamos a Luta!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Encontro Nacional dos Estudantes de Escolas Técnicas


O ENET acontecerá na cidade de Petrolina - PE, no Instituto Federal do Sertão - Campus Petrolina, às margens do rio São Francisco, entre os dias 7 e 9 de junho. Muitos serão os debates sobre educação, acessibilidade,interiorização, investimento no ensino técnico, assistência estudantil e etc. Grandes nomes do movimento estudantil e da educação já confirmaram presença no ENET 2012! Teremos espaços culturais e a realização da II Olimpíada Osvaldão de futsal durante o encontro. Não deixe de participar!

A taxa de inscrição irá custar R$ 40,00.

Com essa taxa você tem garantido o café da manhã, almoço e janta durante os três dias de encontro, ganha o crachá para voto, direito de participar de todos os debates e plenárias, além de poder dormir no alojamento. No primeiro dia de encontro terá uma mesa para os credenciamentos (onde as taxas serão pagas). As inscrições podem ser feitas pela internet (o pagamento se faz na hora do credenciamento) ou ao vivo mesmo.

Curta nossa página no facebook
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O que levar para o ENET?
Só tem crescido o número de inscritos para o ENET e para que tudo dê certo você não pode esquecer de trazer alguns itens críticos. O alojamento contará com muito espaço, portanto traga seu colchonete ou barraca, lembre-se que você vai passar pelo menos 3 dias dormindo fora de casa. Traga colchonete, lençol, toalha, sabonete, shampoo, desodorante, escova de dente, creme dental, enfim, tudo que é necessário para dormir e se higienizar, seu bem estar fará parte do sucesso do encontro!


Qualquer dúvida mande um e-mail para: fenetbrasil@gmail.com


Clique aqui e inscreva-se para o Maior Encontro de Estudantes de Escolas Técnicas do Brasil - ENET 2012!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

FENET completa um ano de Luta em defesa da educação!

Hoje, 23 de abril de 2012, a FENET completa um ano de sua fundação!


Após três dias de intensos debates durante o Encontro Nacional dos Estudantes de Escolas Técnicas, os estudantes resolveram fundar a que se tornou uma das maiores entidades estudantis do Brasil, a FENET (Federação Nacional dos Estudantes no Ensino Técnico). Os estudantes também  elegeram como seu patrono José Montenegro de Lima, ex-estudante da Escola Técnica do Ceará (hoje IFCE).

domingo, 15 de abril de 2012

O lado negro do chocolate: crianças escravizadas nas plantações de cacau


Enquanto os maiores fabricantes de chocolates do mundo somam vultuosos lucros na celebração capitalista da páscoa, centenas de crianças são vendidas como escravas na Costa do Marfim para trabalhar em plantações de cacau.
Essas crianças, que em sua maioria nunca nem ao menos provaram um chocolate, são expostas a péssimas condições de trabalho devido à manipulação de facões, o carregamento de cargas pesadas e a exposição a pesticidas, os quais fazem sentir seus efeitos 20 ou 30 anos depois.
O jornalista dinamarquês Miki Mistrati denunciou essa situação de barbárie no premiado documentário O lado negro do chocolate, visitando desde os pontos de tráfico de crianças nas fronteiras da Costa do Marfim até as plantações nas quais as crianças são escravizadas.
Quando questionadas sobre os fatos, empresas beneficiadas com essa situação tais como Nestlé, Mars e Kargill, entre outras, se recusaram a dar qualquer declaração. Estas limitaram-se a emitir uma nota conjunta na qual declaravam, entre outras coisas, que nos últimos 9 anos investiram – todas juntas, vale ressaltar – 6 milhões de euros em programas de assistência.
Se isso parece alguma coisa, é importante notar, no entanto, que o lucro da Nestlé – sozinha – foi de 12 bilhões de euros no ano de 2009. A mesma Nestlé que detém 12% do mercado mundial.
Mário Lopes

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Seminário Universidade Brasileira acontecerá em Campina Grande (PB)


Nos dias 20, 21 e 22 de abril deste ano acontecerá na cidade de Campina Grande (PB) o 3º Seminário Universidade Brasileira, que terá debates e mesas-redondas sobre temas como autonomia universitária, permanência e assistência estudantil e a campanha nacional por 10% do PIB para a educação.
O evento que já está em sua terceira edição se realiza nas imediações da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) pela importância que a instituição assumiu no último período relativamente à luta dos estudantes das universidades públicas por autonomia, por conta da resistência que estudantes e trabalhadores da UEPB vêm imprimindo contra o decreto autoritário do governador Ricardo Coutinho, que corta R$ 9 milhões do orçamento, já pequeno, da UEPB e passa a depositar o recurso da instituição não mais na conta da universidade, mas numa conta controlada pelo governo do estado.
Vários são os problemas, para além da autonomia que os estudantes brasileiros enfrentam. São moradias com vagas insuficientes e caindo aos pedaços, são bandejões caros e limitados no número de refeições, são bolsas de iniciação científica inacessíveis e uma absurda falta de democracia no geral das instituições de ensino superior. O Seminário busca discutir estes temas tão importantes para a realidade universitária e contribuir com a organização dos estudantes para reivindicar estes e outros direitos.
                A inscrição custará R$ 30,00 e poderá ser feita na hora do credenciamento, no local do evento. Para maiores informações mande um e-mail para universidadebrasileira@gmail.com ou entre em contato pelo telefone (83) 98026578.

terça-feira, 20 de março de 2012

É hora de se parar de pagar a dívida pública e investir em educação!


O Brasil 'deve' uma fortuna que se paga paga paga e a dívida nunca acaba. Em 2011, o volume total dessa dívida cresceu 10,7% e atingiu o impressionante valor de R$ 1,86 trilhão. Esse valor representa o endividamento da União, dos Estados e Municípios com credores nacionais e internacionais. 62,5% dessa dívida está nas mãos de bancos, de fundos de investimentos e pensão e de seguradoras nacionais e internacionais; os 37,5% restantes, nas mãos de milionários brasileiros e estrangeiros; ou seja, não existe nenhum pequeno comerciante ou trabalhador que empreste dinheiro ao governo.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Estudantes do EEPUL Lutam Junto com a APES-PB por Melhores Estruturas na Escola

Estudantes da Escola Estadual Profª Ùrsula Lianza (EEPUL) junto com o Grêmio Livre Estudantil João Pedro Teixeira ( Gestão REBELE-SE ) e a APES, lutam por reformas na escola, tendo em vista que a escola sofre de infiltração, rachaduras, falta de banheiros com chuveiro, dormitório e um refeitório de boa estrutura, os estudantes não aceitam mais passar 12 horas dentro da escola, logo que no inicio deste ano o Governo do Estado tornou o EEPUL como escola "exemplo" e em tempo integral, mesmo sabendo que a escola não tem a menor possibilidade para suportar um ensino integral, pois os estudantes sofre com a má estrutura da escola, não tendo por exemplo banheiro com chuveiro para poder passar as 12 horas dentro da escola, nem um dormitório para descanso logo após o almoço, nem uma quadra poli-esportiva para os alunos praticarem esportes, esta é a realidade dentro do EEPUL, nos últimos dias os estudantes junto com o grêmio e a APES, paralisaram as aulas em forma de protesto e logo após foram liberados pela direção, e depois foi jogado imagens feita por estudantes na imprensa para mostrar ao povo Paraibano qual é a realidade da sua escola.
A APES vem por meio desta nota prestar total solidariedade ao EEPUL e a qual quer outra escola que os estudantes passem pelo mesmo problema, e a APES faz o chamado para essas escolas se juntarem a Jornada de Luta Edson Luiz que tem inicio neste mês de  março, que vai ser uma jornada com muita luta e  combatividade.

quarta-feira, 14 de março de 2012

NOTA PÚBLICA DE APOIO A ENVER JOSÉ LOPES CABRAL

Vimos, através desta, tornar público o nosso apoio ao estudante universitário Enver José Lopes Cabral, que está sendo processado judicialmente por crimes que não cometeu, quando o real propósito das falsas acusações por parte de empresários dos transportes se dá em virtude de seu engajamento nos protestos contra o aumento da tarifa do transporte público na cidade de João Pessoa. 

Os processos judiciais em questão discutem a suposta autoria de Enver Lopes nos crime de lesão corporal e manejo de explosivo e tramitam na Justiça Criminal em João Pessoa e serão julgados nos próximos dias 26 e 27 de março de 2012.
Enver Lopes é uma respeitada liderança estudantil, e, pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraíba, que, foi escolhido para representar esse segmento em comissão cujo papel era discutir questões ligadas ao transporte público entre diversos segmentos da sociedade civil e do Poder Público.
O estudante esteve sempre à frente dos protestos contra o aumento das passagens em João Pessoa. As mobilizações que ocorrem em boa parte do nosso país sempre que se aumenta a tarifa de ônibus é uma verdadeira demonstração coletiva de que a sociedade está atenta às reais condições de efetivação da liberdade de ir e vir, direito básico de nossas democracias. A população já não suporta viver tolhida de seus direitos em nome da lógica de mercado, e por isso protesta e protestará, fazendo uso de suas prerrogativas em um Estado Democrático de Direito. No entanto, os segmentos que, com razão, protestam, são muitas vezes vistos como “baderneiros” e tidos como praticantes de ilegalidades, quando outra coisa não fazem que reivindicar os seus direitos. A esse processo chamamos criminalização das lutas dos movimentos sociais. É inaceitável que tratem os cidadãos que lutam por direitos como baderneiros ou criminosos. 
Apoiamos Enver Lopes porque estamos certos de que ele não cometeu os crimes dos quais está sendo acusado, mas está sendo perseguido por sua atuação junto ao movimento contra o aumento da tarifa dos transportes públicos em João Pessoa.



ASSINAM A NOTA:
DCE UEPB; DCE UFCG; UNE 1ª VICE PRESIDÊNCIA; UNE VICE PB/RN; APES-PB; APES-JP; UBES- VICE PB; UJR 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Repressão na Escola Estadual Central em Belo Horizonte

União da Juventude Rebelião entrevista Julia, militante da UJR e presidente do Grêmio do Estadual Central, detida dentra da escola pela PM de Minas ao convocar os estudantes para a manifestação pelo meio-passe em Belo Horizonte.

Moção de apoio à UEPB


A APES-PB  torna público a todos os membros da sociedade paraibana o apoio a UEPB e a todo o seu corpo acadêmico.
Como é sabido por todos, a recente postura do governador do estado Ricardo Coutinho é de total desrespeito com a educação e com o povo paraibano. Após ter fechado várias escolas em todo o estado, o gevernador decidiu desrespeitar a UEPB com o não cumprimento da lei de autonomia. A UEPB, patrimônio do povo paraibano, fruto de grandes lutas desde sua criação sofre agora uma grande ameaça, somente com a união das diversas categorias e entidades poderemos defender a historia da Paraiba.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Lançamento Estadual da Conferencia de Mulheres das Americas

Esta Acontecendo agora no auditório do H.U o Lançamento Estadual da Conferencia de Mulheres das Americas, com um ritmo forte e muito combativo, e esta sendo retrasmitido ao-vivo pela internet no seguinte LINK , a APES-PB esta marcando uma presença forte na conferencia!, logo mais estaremos trazendo novas noticias da conferencia.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito

A Polícia Militar iniciou na manhã do dia 22/01, a reintegração de posse na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo.
Ocupado há 8 anos, o terreno de 1,3 milhão de metros quadrados pertence à massa falida da empresa Selecta S/A do megaespeculador Naji Nahas, acusado pela Polícia Federal por operações fraudulentas na bolsa de valores, utilizando suas empresas, inclusive a Selecta, para gerar especulações.
Estima-se que cerca de 9 mil pessoas vivem na comunidade. Uma mega operação que já gastou cerca de R$ 8,4 milhões e contou com cerca de 2 mil soldados do batalhão de choque, helicópteros e carros blindados agiu com muita repressão, violência e truculência. Os moradores resistiram a deixar o local, tentando impedir a entrada dos policiais na ocupação e assim começaram os confrontos. Balas de borracha, bombas de gás-lacrimogênio e de efeito moral,espancamentos e até balas comuns fizeram parte da operação contra homens, mulheres, crianças e idosos. 

Dados oficiais anunciam que, até agora, 63 pessoas foram presas. A polícia acusa todos de serem suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas, roubos e outros, e afirma que a desocupação tem sido pacífica com exceção desses casos, porém os moradores negam essa afirmação.
Não há, até este, momento nenhuma confirmação de mortos ou feridos por parte da polícia e a imprensa anuncia ter informação de 10 feridos. No entanto, segundo informações dos militantes do MST, ao menos 3 pessoas foram assassinadas, entre elas uma criança de 4 anos de idade, que morreu após levar 1 tiro de borracha no pescoço.
“Temos várias testemunhas, mas os hospitais – por ordem expressa da prefeitura e da PM – não confirmam as informações, temendo ampliar a indignação e a resistência”, informa Guilherme Boulos, militante do MST.
Conflito de competências ou luta de classes?
A polícia cumpre uma ordem emitida pela juíza Maria Loureiro, da Justiça Estadual, para reintegração de posse. Entretanto, o Tribunal Regional Federal (
) estabeleceu uma liminar suspendendo a reintegração. Este “conflito de competências” do judiciário foi remetido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas, antes mesmo de seu parecer, a decisão estadual foi acatada, demonstrando mais uma vez que a justiça nessa sociedade tem lado e defende os interesses da burguesia.
Hoje, militantes do MST, entidades e pessoas apoiadoras ocuparam o Ministério da Justiça em Brasília com o objetivo de pressionar o Governo Federal a enviar tropas da Polícia Federal para que a decisão do TRF de São Paulo, que cancela o despejo do Pinheirinho, seja cumprida.
Segundo o MST, “uma oficial de justiça do TRF esteve ontem no despejo para notificar o comandante da PM de SP para parar a operação, mas sem o envolvimento da Polícia Federal isso não ocorrerá”.
“A Polícia Federal tem o dever legal de cumprir a ordem da Justiça Federal, por isso ocupamos o Ministério”, completa o informe do Movimento.

A APES se solidariza com os moradores do Pinheirinho e condena a política fascista do governo de São Paulo, mais uma vez agindo em defesa da burguesia e para isso, pondo em risco a vida de trabalhadores e trabalhadoras.
Reafirmamos a necessidade da luta pela reforma urbana com políticas efetivas de atenção ao enorme déficit habitacional do nosso país, que priva nosso povo do direito humano de morar dignamente, como tarefa urgente dos movimentos populares e a luta pelo socialismo como estratégia única capaz de eliminar definitivamente as desigualdades sociais no Brasil e no mundo!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Desigualdade social volta a números de 1918 na Inglaterra

O agravamento da crise econômica capitalista continua alargando o abismo que separa ricos e pobres, e isso até mesmo em países em que a desigualdade social foi menos acentuada nas últimas décadas.
Mostrando que uma suposta “estabilidade” no capitalismo é sempre ilusória e temporária, pesquisa realizada pelo professor Danny Dorling, da Universidade de Sheffield, mostrou que a desigualdade social na Inglaterra voltou praticamente aos mesmos números que tinha em 1918.

O petróleo é nosso! Povo brasileiro foi às ruas defender a soberania nacional


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O petróleo é o sangue da terra;
É a alma da indústria moderna;
É a eficiência do poder militar;
É a soberania; é a dominação.
Tê-lo é ter o sésamo abridor de todas as portas.
Não tê-lo é ser escravo.
Monteiro Lobato
A necessidade mundial de petróleo como fonte de energia intensifica-se com a primeira guerra mundial, quando o carvão é substituído pelo petróleo nas es-quadras, e com o desenvolvimento da indústria de automóveis.
Em 1917, o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGM), instituído no governo Afonso Pena (1906-1909), criou uma comissão para estudar a existência de carvão e petróleo no vale do Amazonas. A partir de então, o Governo Federal passou a fornecer equipamentos e assistência técnica às empresas privadas que se dispusessem a fazer pesquisas e, vez por outra, a perfurar poços por conta própria. Um critério interessante é que não era permitida a pesquisas por pessoas ou grupos estrangeiros, para que o minério não ficasse nas mãos dos grandes monopólios.
Isto, em nível federal. A Constituição Federal de 1891 estabeleceu o sistema federativo, dando autonomia aos estados. Em 1927, o jornalista Solidônio Leite escreveu uma série de artigos no Jornal do Brasil (JB), denunciando que os governos estaduais haviam assinado acordos, dando o monopólio da pesquisa a grupos estrangeiros.
Dois projetos foram apresentados à Câmara Federal em 1927. Um, do deputado Solimões Lopes, nacionalista, fundamentava que não podia haver “problema que mais afete os magnos interesses da vida brasileira”. Chamava atenção para o fato de que muita riqueza do subsolo e muito potencial hidráulico já haviam sido entregues a estrangeiros e que os Estados Unidos já falavam em controle hemisférico do petróleo.
O outro projeto, de Euzébio de Oliveira, ex-diretor do Serviço Geológico e Mineralógico (SGM) era flexível em relação ao capital estrangeiro, vetando sua ação apenas nas áreas consideradas estratégicas, do ponto de vista militar: 60 KM da costa e das fronteiras nacionais. A discussão na Câmara arrastou-se até que foi interrompida pela “revolução de 30″.
Pondo abaixo a República Velha, da oligarquia rural, o Governo de Getúlio Vargas, representante da burguesia industrial em ascensão e da pequena burguesia urbana, anulou a Constituição de 1891 e centralizou o governo. Em 1931, decretou que era do governo central o direito de autorizar a pesquisa e a lavra de recursos minerais em qualquer parte do território nacional.
Todas as concessões estaduais a pesquisadores estrangeiros para busca de petróleo foram canceladas. Em 1933, Juarez Távora, expoente da “Revolução de 30″, assumiu o Ministério da Agricultura e criou Diretoria Nacional de Produção Mineral – DNPM, bem como o Serviço de Fomento de Produção Mineral. O SFPM atraiu os mais brilhantes geólogos brasileiros da época e a eles se juntou o especialista estadunidense Mark Malamphy.
Monteiro Lobato, precursor da luta pelo petróleo

No setor privado, surgiu a Companhia de Petróleo Nacional, em abril de 1932, tendo como um dos sócios o famoso escritor Bento Monteiro Lobato.
Em pouco tempo, os técnicos da companhia anunciaram a existência de petróleo no litoral de Alagoas. O Diretor do SGM, Euzébio de Oliveira, declarou publicamente que era mentira e pôs em dúvida a idoneidade dos métodos utilizados, dos técnicos e dos próprios diretores da Companhia. O efeito de suas declarações foi devastador para a Companhia, que não vendeu mais nenhuma ação.
Monteiro Lobato escreveu ao Presidente Vargas, denunciando Oliveira e o SGM como sabotadores e passou a escrever artigos nos jornais, acusando a DNPM de ser agente da conspiração organizada por trustes de petróleos estrangeiros e que, inclusive, tinha enviado para a área um estrangeiro (Victor Oppenheim), “vindo diretamente do truste que tem o programa de conservar o Brasil em estado de servidão em matéria de petróleo”.
Lobato teve grande influência na opinião pública nacional, que se convenceu de suas denúncias. É tanto que, ao estabelecer o regime ditatorial em 1937, Estado Novo, Vargas determinou, via Constituição outorgada, que somente brasileiros poderiam possuir ações de companhias petrolíferas e mineradoras. Nenhum capital estrangeiro poderia participar, nem tampouco o capital nacional pertencente a estrangeiro que residisse no Brasil. Adotou, ainda, medidas que estimulavam o processamento de óleo cru no Brasil, tornando a atividade mais vantajosa do que a importação de produtos refinados e editou três decretos:
1.declarando todos os campos petrolíferos a serem descobertos no território nacional, como propriedade do Governo Federal;
2.declarando o suprimento de petróleo nacional como atividade de utilidade pública, e estatizando a indústria de refinação;
3. criando o Conselho Nacional do Petróleo (CNP) para regulamentar e controlar toda a atividade petrolífera, da extração ao refino e comercialização dos produtos derivados.
O governo, de fato, investiu na pesquisa e em 21/01/1939 jorrava o petróleo em Lobato , Recôncavo baiano.
Monteiro Lobato foi vitorioso porque sua tese foi comprovada e o capital estrangeiro alijado da pesquisa petrolífera, apesar de ter sido também impedido de desenvolver o empreendimento econômico que pretendia. Seu nome jamais será esquecido pelo povo brasileiro.

Ofensiva dos monopólios X Campanha Popular


Três novos poços foram descobertos em 1941, todos no Recôncavo baiano. As companhias estrangeiras que diziam não existir petróleo no Brasil, encaminharam propostas de parceria, rechaçadas pelo Governo. A Standard Oil continuou insistindo, mas sem êxito. O General Horta Barbosa, Presidente do CNP, afirmou que tinha o conhecimento de uma recomendação do órgão federal de recursos minerais dos Estados Unidos às companhias petrolíferas, que dizia: “É de suma importância que as nossas companhias adquiram esses campos e os desenvolvam intensamente, não só como fonte de suprimento futuro, mas de suprimento controlado por cidadãos nossos”.
Com a queda do Estado Novo, a Constituição de 1946 abriu mão do monopólio estatal e abriu para o capital estrangeiro, estabelecendo que a atividade ficasse a cargo de brasileiros ou de companhias organizadas no país, sem nenhuma restrição a que estrangeiros organizassem essas companhias.
Em 1947, o governo Dutra propôs à Câmara dos deputados a elaboração de lei permitindo a participação do capital estrangeiro nas empresas de refinação, com até 40% das ações.
Ante essa ofensiva dos monopólios, o General Horta Barbosa lançou uma campanha nacional com o tema “O petróleo pertence à nação, que há de dividi-lo igualmente por todos os seus filhos”. Alertava que “os trustes não deveriam tomar parte em nenhuma fase da indústria petrolífera, pois se dispusessem de um ponto de apoio, irresistivelmente viriam a dominar toda a operação”.
As pressões dos monopólios e dos seus aliados e sócios internos era grande, mas os entreguistas foram derrotados e já no final do governo Dutra, o estatuto liberal do petróleo estava morto.

Petrobras, um fruto da mobilização das massas


Foi assim que Getúlio Vargas, identificado com a construção de um modelo econômico relativamente autônomo em relação ao capital externo, ganhou as eleições presidenciais em 1950. Seu discurso de campanha era claro: “…O que é im-prescindível à defesa nacional. O que constitui alicerce de nossa soberania não pode ser entregue a interesses estrangeiros; deve ser explorado por brasileiros e, se possível, com alta percentagem de participação do Estado, evitando-se, desse modo, a penetração sub-reptícia de monopólios ameaçadores”.
Quando Vargas assumiu, o setor militar nacionalista, de quem ele esperava apoio incondicional, estava enfraquecido. Temeroso, ele apresentou um projeto de criação da Petrobras, numa perspectiva nacionalista e de controle do Estado, mas na forma de sociedade anônima, abrindo para a participação do capital estrangeiro, embora controladamente, e deixando livre a distribuição.
Euzébio Rocha (PTB), representando os nacionalistas, apresentou substitutivo (depois ele disse que Vargas apoiara sua iniciativa), impedindo a participação do capital estrangeiro em qualquer fase da indústria petrolífera, exceto na distribuição.
Os debates foram acalorados, tanto dentro como fora do Parlamento e a adesão popular à tese de O Petróleo é Nosso, tão grande, a ponto de a UDN, tradicional defensora do liberalismo econômico, ter mudado para a defesa do monopólio estatal do petróleo, sem nenhuma participação do capital privado.
Nos Estados, entretanto, a po-lícia perseguia os mentores da campanha O Petróleo é nosso, mas foi cada vez mais crescente o apoio da população ao monopólio estatal do petróleo, envolvendo desde sindicatos até a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Em setembro de 1952, a Câmara votou a lei, excluindo o capital estrangeiro da Petrobras, mas deixando abertura para a participação do capital privado no refino e na distribuição. O projeto chegou ao Senado no dia 30 de outubro de 1952, com a maioria dos senadores favoráveis ao capital externo.
O resultado da apreciação do Senado preocupou. O projeto foi devolvido à Câmara com 321 emendas, todas liberalizantes e favoráveis à participação do capital privado, tanto nacional como estrangeiro.
Mas a Câmara Federal ouviu as vozes do povo brasileiro e até forças políticas contrárias ao monopólio estatal se calaram ante o clamor e vontade das massas, mobilizadas em todo o país, sob o lema imorredouro O Petróleo é Nosso.
No dia 3 de outubro de 1953, o presidente Getúlio Vargas assinava a Lei 2004, que criou a Petróleo Brasileiro S.A – PETROBRAS, garantindo o monopólio estatal desse minério estratégico para o desenvolvimento econômico. Como disse o presidente dos EUA, Woodrow Wilson, “A nação que possui petróleo em seu subsolo e o entrega a outro país para explorar, não zela pelo seu futuro”.

Luiz Alves
Fonte: Petróleo e Política no Brasil Moderno, Peter Seaborn Smith, Editora Artenova, Rio, 1978

(Publicado em A verdade número 49)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Reintegração de posse no Pinheirinho: lei para quem?

A Polícia Militar iniciou na manhã de ontem, 22/01, a reintegração de posse na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo.
Ocupado há 8 anos, o terreno de 1,3 milhão de metros quadrados pertence à massa falida da empresa Selecta S/A do dito empresário, na verdade megaespeculador, Naji Nahas, acusado pela Polícia Federal por operações fraudulentas na bolsa de valores, utilizando suas empresas, inclusive a Selecta, para gerar especulações.
Estima-se que cerca de 9 mil pessoas vivem na comunidade.
Uma mega operação com cerca de 2 mil soldados do batalhão de choque, helicópteros e carros blindados agiu desde às 6h da manhã de ontem com muita repressão e truculência. Os moradores resistiram a deixar o local, tentando impedir a entrada dos policiais na ocupação e assim começaram os confrontos. Balas de borracha, bombas de gás-lacrimogênio e de efeito moral, muita cacetada e até balas comuns fizeram parte da operação contra homens, mulheres, crianças e idosos.
Dados oficiais anunciam que, até agora, 31 pessoas foram presas. A polícia acusa todos de serem suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas, roubos e outros, e afirma que a desocupação tem sido pacífica com exceção desses casos, porém os moradores negam essa afirmação.
Não há até este momento nenhuma confirmação de mortos ou feridos por parte da polícia e a imprensa anuncia ter informação de 10 feridos. No entanto, segundo informações dos militantes do MTST, ao menos 3 pessoas foram assassinadas, entre elas uma criança de 4 anos de idade, que chegou morta ontem as 18hs ao PS Vila Industrial após levar 1 tiro de borracha no pescoço.
“Temos várias testemunhas, mas os hospitais – por ordem expressa da prefeitura e da PM – não confirmam as informações, temendo ampliar a indignação e a resistência”, informa Guilherme Boulos, militante do MTST, em informe por e-mail.
Conflito de competências ou luta de classes?
A polícia cumpre uma ordem emitida pela juíza Maria Loureiro, da Justiça Estadual, para reintegração de posse. Entretanto, o Tribunal Regional Federal (TRF) estabeleceu uma liminar suspendendo a reintegração. Este “conflito de competências” do judiciário foi remetido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas, antes mesmo de seu parecer, a decisão estadual foi acatada, demonstrando mais uma vez que a justiça nessa sociedade tem lado e defende os interesses da burguesia.
Hoje, militantes do MTST, entidades e pessoas apoiadoras ocuparam o Ministério da Justiça em Brasília com o objetivo de pressionar o Governo Federal a enviar tropas da Polícia Federal para que a decisão do TRF de São Paulo que cancela o despejo do Pinheirinho seja cumprida.
Segundo o MTST, “uma oficial de justiça do TRF esteve ontem no despejo para notificar o comandante da PM de SP para parar a operação, mas sem o envolvimento da Polícia Federal isso não ocorrerá”.
“A Polícia Federal tem o dever legal de cumprir a ordem da Justiça Federal, por isso ocupamos o Ministério”, completa o informe do Movimento.
Solidariedade
O Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB – se solidariza com os moradores do Pinheirinho e condena a política truculenta do governo de São Paulo, mais uma vez agindo em defesa da classe que representa, a burguesia, e, para isso, pondo em risco a vida de trabalhadores e trabalhadoras.
Reafirmamos a necessidade da luta pela reforma urbana com políticas efetivas de atenção ao enorme déficit habitacional do nosso país, que priva nosso povo do direito humano de morar dignamente, como tarefa urgente dos movimentos populares e a luta pelo socialismo como estratégia única capaz de eliminar definitivamente as desigualdades sociais no Brasil e no mundo.
Vivian Mendes, MLB

TOMAR AS RUAS PARA CONSTRUIR UMA UBES COMBATIVA E AVANÇAR A LUTA PELO SOCIALISMO

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realizou em dezembro passado o seu 39° Congresso na cidade de São Paulo, mas por conta da postura de conciliação e entreguismo de sua diretoria majoritária a entidade saiu desse congresso ainda mais diminuída de sua representatividade e força na base do movimento devido a continuidade das fraudes e de acordos celebrados a revelia dos estudantes.

Durante a última gestão a prioridade apontada pela diretoria majoritária, dirigida pela UJS/PCdoB, foi de aumentar a "institucionalização" da entidade, celebrando mais acordos com o governo e nos gabinetes e se afastando ainda mais dos estudantes e suas lutas. É por conta dessa postura que a UBES se alia ao choque de ordem proposto pelo governo do Rio de Janeiro(RJ), votou a favor do aumento das passagens em Recife(PE), e enquanto o movimento social promove diversas lutas contra a prefeitura de Natal(RN) a diretoria majoritária, sem aprovar em nenhuma instância da entidade, celebrou acordo com a prefeita Micarla (PV) sobre as carteiras de estudante para se ausentar da luta conta o aumento de passagens.
Mesmo bandeiras históricas da entidade, como a defesa do ensino público e ao fortalecimento do ensino técnico foram abandonadas. Por conta do PRONATEC, projeto do governo federal que visa fortalecer o sistema S, destinando ainda mais recursos públicos, e que tem a contrariedade das entidades nacionais dos servidores (SINASEFE) e dos estudantes de escolas técnicas (FENET), a UBES vira às costas aos estudantes e nega-se a lutar contra essa medida do governo federal.
A UBES e a conjuntura nacional
Dessa forma, mesmo vivendo um momento extremamente importante no país, em que para agradar os interesses dos grandes banqueiros e especuladores o governo cortou R$ 50 bilhões do orçamento e mantém o pagamento da famigerada dívida pública que consome praticamente 50% de tudo que é arrecadado pelo governo, a UBES é incapaz de convocar uma jornada nacional ou grande luta por mais verbas para a educação.
Na prática a única defesa da entidade é de garantir uma reserva do "fundo social do pré-sal" tentando esconder da juventude brasileira o grande crime que está sendo cometido contra nossas riquezas naturais com a privatização do petróleo brasileiro através da Agência Nacional do Petróleo.
Enquanto tramita no Congresso Nacional o projeto de reforma florestal, construindo conjuntamente entre o Dep. Aldo Rebelo (PCdoB) e a Sen. Kátia Abreu (DEM) que visa diminuir as áreas de preservação e ainda anistia os que devastaram o meio-ambiente, a UBES prefere silenciar sobre o tema, não tendo aprovado nenhuma posição sobre o tema e se negado a debater em seu fórum máximo, o congresso da entidade.

Mesmo nas discussões do novo PNE, quando da Conferência Nacional da Educação, os diretores ligados a diretoria majoritária defenderem a proposta de 7% do PIB para a educação, cabendo apenas a oposição a defesa dos 10%. Para eles, "com calma tudo se ajeita" e renegam o papel da luta e da mobilização para transformação da realidade. Ainda bem que a juventude da Tunísia, Egito, Londres, Nova Iorque e do Chile escolheram outro caminho, e com muita rebeldia construíram grandes mobilizações e levantes durante todo o ano de 2011.
Quanto vale R$ 1 milhão?
Buscando dar uma nova cara a essa entidade, estudantes de todo o país se mobilizaram para o congresso da UBES, e ao chegar a São Paulo se deparam com uma cena que envergonha história de luta da entidade.
Recém-aliado do PCdoB, o prefeito de Gilberto Kassab (PSD, ex-DEM/PFL) foi o convidado de honra da diretoria majoritária. O mesmo que reprimiu violentamente as manifestações contra o aumento de passagens na capital paulista foi entusiasticamente defendido pelo presidente da UBES, sob protestos da oposição.
"Sem o prefeito Kassab esse Congresso não teria acontecido", falou o presidente. Na verdade se dependesse dele e de seu ex-partido o DEM-PFL a UBES nem existiria, pois são os representantes do antigo ARENA, partido dos militares na época da ditadura que proibiu o funcionamento da UBES e da UNE e chegou a incendiar a sede das entidades. Acontece que, segundo dados amplamente divulgados pela imprensa, a prefeitura de São Paulo liberou R$ 1 milhão para a realização do congresso.
Mas quanto vale R$ 1 milhão? Será que a independência política e moral da entidade que lutou contra a ditadura permite receber com tapete vermelho Kassab? Para a diretoria majoritária sim, e por isso é que a cada dia diminui a entidade aos seus interesses particulares e se distancia dos estudantes.
O Congresso "tremeu" com a oposição
As tentativas de golpe contra a democracia do congresso não pararam por aí. Em diversas etapas, delegados foram credenciados indevidamente com a apresentação de documentos fora do prazo estabelecido em regimento, com a implosão da etapa de Pernambuco, maior em número de estudantes e notadamente vencida pela oposição, etapa paralela na Piauí, e 16 remarcações de data e local das etapas estaduais durante todo o congresso.
Durante o congresso o desrespeito aos estudantes só aumentou. Mesmo tendo recebido R$ 1 milhão e cobrando um credenciamento de R$ 50,00 de cada estudante, os ônibus para o alojamento da oposição se atrasaram por horas, e até mesmo a alimentação faltou para centenas de estudantes.
Nada disso, porém, conteve o ânimo e o ímpeto dos estudantes. Organizados pela tese REBELE-SE e pela União da Juventude Rebelião, em todos os grupos de debate e na plenária final do congresso ficou claro de que lado estava o movimento estudantil, de como a base do movimento tem se posicionado diante desses ataques aos direitos dos estudantes, e que mais do que uma bancada no congresso estava ali presente aqueles que darão a virada no movimento estudantil brasileiro pondo fim a conciliação e recolocando a luta no centro do movimento.
Relembrando a história de luta do movimento estudantil, seus mártires e apontando os ataques que a juventude sofre em seu dia-a-dia, sendo privado a educação, com a crescente violência e a proliferação das drogas, os militantes da UJR e da tese REBELE-SE não vacilaram a apontar qual caminho deve seguir a UBES e a juventude brasileira, a de lutar contra a exploração do capitalismo e construir o socialismo como alternativa para o Brasil e para o mundo.
"Enquanto cresce em todo o mundo a luta da juventude, não podemos ficar parados e é preciso que a UBES assuma esse papel de combate por uma revolução e pelo socialismo" falou ao plenário Gladson Reis, presidente da AMES-BH e candidato da UJR a presidência da UBES.
No ano de 2012 os desafios aumentam e é fundamental que cada estudante assuma seu papel na luta em defesa da educação e do socialismo como alternativa para o nosso país. Os diretores eleitos pela oposição na UBES com certeza cumprirão com determinação e abnegação essa tarefa para que possamos, de fato, transformar as bases do movimento estudantil e ter uma entidade nacional que represente os estudantes e a luta do povo.
Conheça os diretores eleitos pela oposição:
Gladson Reis - 1° Vice-Presidente
Carlos Henrique - Dir. Relações Internacionais
Vinicius Pato - Vice-SP
Athamir Marcos - Vice-PB
Stephanye Vilela - Dir. Grêmios
Rubem - Dir. Escolas Públicas
Ana Carolina - 1° Dir. Escolas Técnicas
Eslane Paixão - 1° Dir. Mulheres

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